Foto: Arquivo Pessoal (Divulgação)
O primeiro dia de júri do caso Isadora Viana foi marcado por muita emoção. O julgamento de Paulo Odilon Xisto Filho, acusado de matar a modelo santa-mariense de 22 anos, em 2018, começou na quarta-feira (3), em Imbituba, no litoral sul de Santa Catarina, e pode se estender até sexta-feira (5). As informações são do Portal NSC.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o réu responde por homicídio triplamente qualificado, motivo fútil, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio. O MP também pede condenação por fraude processual e por posse ilegal de acessório de uso restrito para arma de fogo.
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Na abertura da sessão, estavam presentes os promotores de Justiça Patrícia Zanotto e Geovani Werner Tramontin. O júri é formado por seis mulheres e um homem.
Os depoimentos das testemunhas de acusação se estenderam até as 19h. Durante a sessão, a mãe de Isadora se emocionou ao relembrar a filha.
— Eu vou lutar porque tenho outra filha também. E eu estou aqui por isso — disse.
Relembre o caso
Isadora conheceu Paulo, em março de 2018, em Santa Maria, e os dois começaram a namorar. Em abril, a jovem viajou até Imbituba para passar alguns dias com o companheiro.
De acordo com a investigação, Paulo se tornaria agressivo quando fazia uso de drogas. No dia do crime, após uma discussão, ele teria agredido Isadora com golpes no abdômen. Socorristas do Corpo de Bombeiros relataram que encontraram o lençol da cama sujo de sangue, mas quando a polícia chegou, a peça já havia sido retirada, o que levou à acusação de fraude processual.
O réu chegou a ser preso em duas ocasiões, em 2018 e 2019, mas atualmente responde em liberdade. A defesa sustenta que a jovem teria morrido em decorrência de uma overdose acidental.
O que diz a defesa
Em nota, a defesa de Paulo Xisto, representada pelos escritórios Aury Lopes Jr. e Ércio Quaresma, considera que ficou devidamente esclarecido perante o Conselho de Sentença as informações e a cronologia dos fatos que estavam distorcidos. No decorrer do dia de ontem (quarta-feira, 3), ficou demonstrado que a tese acusatória de chutes, socos e pontapés foi uma ilação do perito, pois a realidade aponta para o lado oposto: vítima veio a óbito em decorrência de uma overdose de cocaína. As provas técnicas convergem no sentido de que a causa do óbito decorreu de uma fatalidade na qual a vítima engoliu de quantidade expressiva de substância entorpecente (cocaína), circunstância que lhe ocasionou lesões internas de natureza letal.
O júri segue nesta quinta-feira e tem previsão de ser concluído nesta sexta-feira (4).